Para milhares de mirienses sempre foi consenso
que a efetivação do Governo “Pé de Boto” constituiria, já no seu nascedouro,
uma tragédia anunciada. Até mesmo muitos dos seus apoiadores o sabiam – se o
acolheram, certamente foi por aspirações particulares, passíveis de múltiplas
explicações.
A tragédia, anunciada desde a
pré-campanha eleitoral, explica-se por uma longa lista, cujos itens à época compunham
uma espécie de espetáculo circense. Basta lembrar das promessas miraculosas de
emprego para todas as famílias visitadas pela chapa “De mãos dadas com o povo”
e o sarcasmo de um helicóptero para a comunidade de Icatu – ações tecnicamente
impossíveis – entre outros tantos casos.
Ora, uma vez no governo, os que antes se
diziam “com o povo” soltaram abruptamente as mãos dos mirienses e sinais da
tragédia eclodiram em todos os âmbitos da esfera pública municipal.
De certo, pode-se dizer que a (quase)
total ausência do Estado local como organizador da vida pública e indutor do
desenvolvimento está constituindo um verdadeiro caos social em Igarapé-Miri.
Depois da greve dos profissionais da
educação e da rápida paralisação dos servidores lotados na Secretaria de Obras,
agora são os trabalhadores em saúde que indicam a iminência de uma greve de sua
categoria.
A decisão foi tomada pelo Sindicato em
assembleia geral, na última sexta-feira (31.01.2014). O Sindisaúde decidiu, sob
pressão contrária da Secretaria de Saúde do Município, realizar paralisação
nesta quarta-feira (05.02.2014) e, assim, forçar o governo local a discutir
melhorias para o setor. Se o diálogo não produzir bons frutos, o Sindicato está
inclinado a iniciar uma nova greve municipal.
O ato do dia 05 próximo, por um lado, é
decorrente do descumprimento, por parte da Secretaria de Saúde, de acordos
firmados por esse órgão municipal com a categoria, desde o início do governo
atual. E, por outro lado, motivado pela falta de gestão em que se encontra a
política de saúde de Igarapé-Miri.
Do Blog Ponto de Vista Amazônida