A COBRA GRANDE E A VIOLÊNCIA

Nos últimos dias o povo ribeirinho se alarmou e ficou extremamente assustado com a noticia de que cobras gigantes com cerca de 20 metros que estavam sendo transportadas pelos rios da região teriam fugido e estariam quem sabe escondidas nos rios de Igarapé-Miri. Desde que está noticia se espalhou o convívio do nosso povo da zona rural não é mais o mesmo, pois pescadores e banhistas tem medo de serem surpreendidos e virarem alimento de Sucuri, afinal não se sabe quando ela está com fome, e nem onde está. Quase que no mesmo período uma sequencia de violência que estava "incubada" desencadeou em nosso município, são: tiroteios, mortes, assaltos e furtos, tanto na zona urbana, quanto na zona rural.

Aí nos perguntamos onde estamos seguros? No rio ou em terra firme? O que é pior tomar banho em um rio com medo da cobra grande ou andar assustado pelas ruas da cidade? No rio o nosso medo é de sermos surpreendidos pela Sucuri, na cidade tememos ser surpreendidos pelos assaltantes ousados e destemidos, ou pior por uma bala perdida. 

Nos rios resta-nos pelo menos a esperança da estória da Cobra do chip não ser verdadeira, pois ainda não nos deram provas reais que estas cobras existem mesmo, já a violência urbana desenfreada em igarapé-Miri, já nos deu mais evidências do que queríamos, sobre a sua real existência, inclusive deixando vítimas fatais.

Com a cobra ficamos menos revoltados, haja vista, que é um ser "irracional", e não faz nada além de obedecer seus instintos naturais. Já com os seres humanos que se dizem racionais, mas agem irracionalmente, nós ficamos indignados, por toda violência e atos desumanos que são capazes de efetuar. 
Enquanto isso. ficamos nos equilibrando entre mito e realidade e nos perguntando: quem será a próxima vítima?